Fecho os olhos e tento cochilar. Ventinho bom no rosto... É que sentei perto da janela. A playlist está topada, já decorei a música nova da minha banda favorita e minha mochila é a melhor tradução para "quentinho gostoso". É que estou abraçado nela e quase deitado no espaço mínimo que paguei pelos consideráveis R$ 3,50. Sério que aceitamos um aumento de passagem sem protestar na Centenário? Da última vez que a juventude alagoana foi às ruas eu lembro bem de ter entoado canções do Legião Urbana por todo o centro de Maceió. Foi inebriante. Até conseguimos adiar aqueles terríveis R$ 0,20 centavos.
Abstraio a situação politico-econômica do país e penso no agora. Situação mais que favorável para uma imersão nos vales profundos do cochilo de lei, até que um carro de som invade pela porta dos fundos.
Um paredão. Pendurado no pescoço de um rapaz, aparentemente, cego. É o que ele defende. Num microfone acoplado a três caixas de som que ele, orgulhosamente, ostenta na cintura. Eu já mencionei a bengala? O que ele disse antes de começar a cantar eu não ouvi direito até que tirei meus fones do ouvido e me entreguei a uma versão muito da original de "I Will Always Love You", da finada Whitney Houston. Que mulher. E que homem.
Era um forró.
Cantou até que afinado durante uns quatro minutos. Encostado numa pilastra do ônibus ele não se mexeu durante toda a performance. Não entendi como e por quais motivos, porque eu mesmo cheguei a incomodar a moça do meu lado de tanto que balancei os ombros. Sensacional. Ai uma Itaipava gelada ali, viu. Vi gente tirando foto, filmando, jogando umas moedas antes mesmo dele repetir o refrão pela segunda vez. Quase que levanto a mão e pergunto sobre o lançamento daquela versão em alguma plataforma de streaming.
Whitney aprovaria a releitura. And I will always love youuuuuu. Quis gritar "puxe o fole fi de rapariga", mas lembrei que isso só faria sentido na minha infância, lá em Garanhuns, no Pernambuco. Faz muito tempo.
Assim que ele desceu do ônibus, mais dois artistas subiram. Eu tinha adorado o show, mas queria mesmo é voltar a dormir. Não pude. Estados Unidos e Maragogi, duas potências internacionalmente conhecidas e influentes até fora desse plano me impediram. Aliás, representantes de cada lugar. De um lado, Barack Obama versão caeté vendendo amendoim torrado. Uma subcelebridade alagoana. Do outro, um moço oferecendo aquelas bolachas tipo sete capas, doces e salgadas, vindas diretamente do litoral Norte do Estado: as benditas Bolachas Maragogi, aquelas mesmo... Que a gente precisa comer revestido numa manta protetora para não se sujar enquanto come até regojizar e pedir mais e mais e mais.
Whitney aprovaria a releitura. And I will always love youuuuuu. Quis gritar "puxe o fole fi de rapariga", mas lembrei que isso só faria sentido na minha infância, lá em Garanhuns, no Pernambuco. Faz muito tempo.
Assim que ele desceu do ônibus, mais dois artistas subiram. Eu tinha adorado o show, mas queria mesmo é voltar a dormir. Não pude. Estados Unidos e Maragogi, duas potências internacionalmente conhecidas e influentes até fora desse plano me impediram. Aliás, representantes de cada lugar. De um lado, Barack Obama versão caeté vendendo amendoim torrado. Uma subcelebridade alagoana. Do outro, um moço oferecendo aquelas bolachas tipo sete capas, doces e salgadas, vindas diretamente do litoral Norte do Estado: as benditas Bolachas Maragogi, aquelas mesmo... Que a gente precisa comer revestido numa manta protetora para não se sujar enquanto come até regojizar e pedir mais e mais e mais.
Quase fizeram um dueto ali, mas negócios são negócios, certo? Venderam separadamente. Entendi muito bem. Dois espetáculos dividindo o mesmo palco. Dois cases de sucesso que qualquer evento de marketing gostaria de apresentar em um telão gigante.
Tive sorte. É que eu só queria cochilar antes de chegar ao trabalho, mas Maceió ferve tanto que dificulta esse processo. Ferve no pingo de meio-dia dentro dentro de um ônibus, que, confesso, virou fonte inesgotável de inspiração. Virou uma entidade, fonte de renda e poesia para aqueles que não teimam a entrega. A entrega à poesia gratuita que pode ser o transporte público. Que pode ser o dia-a-dia quando se está disposto.
so I'll gooo
but I knoooow
I'll think of you
every step ooof the waaaay
Tive sorte. É que eu só queria cochilar antes de chegar ao trabalho, mas Maceió ferve tanto que dificulta esse processo. Ferve no pingo de meio-dia dentro dentro de um ônibus, que, confesso, virou fonte inesgotável de inspiração. Virou uma entidade, fonte de renda e poesia para aqueles que não teimam a entrega. A entrega à poesia gratuita que pode ser o transporte público. Que pode ser o dia-a-dia quando se está disposto.
so I'll gooo
but I knoooow
I'll think of you
every step ooof the waaaay






































Não sou bonitinho mas será que beijo bem? Passo o sabonete. Curso Comunicação Social na Universidade Federal de Alagoas e sou repórter no site Alagoas Boreal. Leitor compulsivo que gosta do novo e do bom. Não consigo ficar quieto.




Significado do verbo Cobiçar: Ter cobiça de. Desejar ardentemente. Ambicionar. Sabe aqueles livros que você se recusa a pegar emprestado? Que você deseja tê-lo na estante? Seu de verdade. Disponível sempre que você quiser olhar, tocar, cheirar (sim!) e lê-lo de novo? Na coluna Cobiçados você confere meus sonhos de consumo literários.
Em "Uma semana com..." você confere uma série de posts especiais com resenhas e curiosidades sobre seus autores favoritos durante uma semana inteira. J.R. Rowling, Harlan Coben, Suzanne Collins e Douglas Adams já venderam milhares de livros e conquistaram fãs por todo o mundo. Aqui no Omd eles já participaram da coluna, confira!
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