Páginas: 320
Editora: Editora Aleph
Classificação:
Página do livro no Skoob
Editora: Editora Aleph
Classificação:
Página do livro no Skoob
A cidade de Harmont está mudada. Desde que foi palco de uma das várias invasões alienígenas na Terra, o clima é de incerteza e medo. Os visitantes anônimos não se comunicaram com os terráqueos, e assim deixaram a humanidade com questionamentos aterradores. Nos locais onde eles estiveram, agora zonas proibidas, fenômenos perigosos continuam acontecendo. Publicado pela primeira vez em 1971 na União Soviética, Piquenique na estrada mistura alusões à Guerra Fria e reflexões sobre a insignificância humana. Adaptado para os cinemas no filme Stalker, de Andrei Tarkóvski, é um dos maiores clássicos da ficção científica no leste europeu.
Piquenique na Estrada já virou
filme. Aliás, ganhou uma versão para os cinemas em 1979 intitulada de Stalker.
Pelo que li sobre a produção cinematográfica, a história é um pouco diferente.
Escrita durante a união soviética, a obra dos irmãos Arkádi e Boris Strugatsky
é sobrecarregada de metáforas e entrelinhas. O texto não chega a ser
incompreensível, mas existe um peso ali. Algo que pode ser explicado pelo
momento histórico em que foi escrito. Calma, você vai conseguir ler
tranquilamente, só vai precisar de atenção e tempo para entender tudo. Não é um
livro para ler de qualquer jeito.
Na edição da Editora Aleph, um
conteúdo extra no fim do livro explica a legítima saga que existiu para que a
obra fosse publicada na Rússia, na década de 70. Foram necessários 8 anos de
reedições, discussões e embates entre os autores e a editora. Quase uma década
para que o livro saísse o menos censurado possível. Apesar das centenas de
modificações existentes, a versão que chega ao Brasil é a original, sem uma vírgula
ou palavrão fora do lugar. Dito isto, vamos à trama.
Redrick Schuhart ganha a vida
invadindo áreas proibidas. Arriscando a vida em terrenos que um dia foram
lugares comuns e seguros, mas que hoje não passam de sinônimo de morte. Há
alguns anos naves alienígenas pousaram na terra. Em cada um dos pontos onde os
seres extraterrestres estiveram, objetos estranhos e incompreendidos pela mente
humana foram abandonados. Não se sabe o motivo para o ocorrido, se algum dia os
E.T’s voltarão ou o que significa essa visita. A única coisa que a ciência
consegue afirmar é que adentrar os campos hoje vistos como zonas proibidas é a
mesma coisa que pedir para sofrer.
Mutações genéticas e fenômenos
que desafiam as leis da física e geografia são tudo o que se ouve e vê daqueles
que invadiram as zonas. Uma espécie de comércio negro se instituiu. As peças e
construções que os chamados “stalkers” conseguem roubar desses lugares
representam avanços inexplicáveis para a vida em sociedade. Baterias
inesgotáveis, por exemplo. Já pensou? Schuhart
é nosso protagonista. Um ladrão de tesouro alienígena quase aposentado que se
vê obrigado a voltar à zona por amor à sua família. Uma família que carrega na
pele as marcas dessa decisão.
Clássico da Ficção Científica,
Piquenique é dividido em apenas quatro capítulos. São mais de 300 páginas e
isso pode cansar o leitor. A carga emotiva da história também é considerável.
Existe um sentimento de irmandade que une e movimenta a comunidade de stalkers.
Mais que isso, existe um vínculo e paixão muito forte pela cidade de Harmont,
onde se passa a história. A visita extraterrestre marcou a região e isso traz
impactos negativos e positivos. Existe mais que isso ali, sabe? Mais que restos
deixados por visitantes indesejados.
O que guia toda a história são as
idas e vindas de Schuhart e seus companheiros à zona. As transações que são
feitas e as consequências disso. As punições. A grande questão que o livro
levanta é sobre nossa relevância no mundo. Sobre o que representamos entre
bilhões de pessoas, seres vivos e galáxias. Como lidamos com o desconhecido e
como o novo pode afetar nossa sanidade e perspectiva de certo e errado. A obra
me fez pensar sobre algo que me tirava o sono quando eu era apenas um
adolescente. Como tudo que conhecemos foi criado? Quem criou a vida que
existimos e quantas outras realidades devem renascer e explodir por aí?
0 comentários:
Postar um comentário
Não esqueça de dar sua opinião nesse espaço.Seu comentário é muito importante.
O QUE ACHOU DESSE POST?