[Resenha] O menino da mala - Lene Kaaberbol e Agnete Friis

28 de ago. de 2013
O menino da mala - Lene Kaaberbol e Agnete Friis
Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580411836
Ano: 2013
Páginas: 256
Classificação: 
Página do livro no Skoob

“Você adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance.” Mesmo sem entender o que sua amiga Karin quer dizer com isso, Nina atende seu pedido e vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes. Dentro, encontra um menino de 3 anos nu e dopado, mas vivo. Chocada, Nina mal tem tempo de pensar no que fazer, pois um brutamontes furioso aparece atrás do garoto. Será que ela está diante de um caso de tráfico de crianças? Sem saber se deve confiar na polícia, ela foge com o menino e vai à procura de Karin, a única que pode esclarecer aquele absurdo. Quando descobre que a amiga foi brutalmente assassinada, Nina se dá conta de que sua vida está ameaçada e que o garoto também precisa ser salvo. Mas, para isso, é necessário descobrir quem ele é, de onde veio e por que está sendo caçado.
Resenha:
Se uma amiga precisasse de minha ajuda para apanhar uma mala em uma estação ferroviária com certeza eu não teria problema com isso. Mas quando o conteúdo da mala passa a ser um garoto de três anos dopado, nu e que ainda por cima não fala a mesma língua que a minha, eu definitivamente encararia isso como um problema.  E, para completar a bizarrice, se minha amiga se recusasse a dar informações e sumisse do mapa, a polícia seria minha salvação ou a primeira atitude que tomaria. Nina Borg enfrenta essa situação que fica cada vez mais perigosa, sozinha, ela parte em busca de pistas sobre quem poderia ser a mãe do garoto e em que tipo de problema ele estaria metido, tráfico de crianças? Sequestro? Será que ele sofrera algum abuso? Abandono?

Nossa  protagonista foge do comum, ela não é exatamente cativante mas agrada pela personalidade “perturbada” e pela bravura, uma personagem dura na queda que pode te irritar por outros motivos, mas não pela falta de atitude. Nina é admirada profissionalmente pela sua desumana frieza e competência, apenas sua família é capaz de submetê-la a mais abjeta sensação de impotência. O que acaba sendo estranho,  já que  a relação de Nina com a família não é das melhores, ela cultiva o hábito de fugir para os lugares mais perigosos e distantes possíveis , uma obsessão em busca de serenidade. Seu marido Morten  vive na cruel insegurança, na dúvida se ela voltará para casa no fim de cada dia ou sumirá mais uma vez sem avisos prévios para Zimbábue ou Serra da Leoa. Justo quando as coisas haviam melhorado e o suposto equilíbrio reinava no casamento dos dois, Nina desaparece com uma criança desconhecida à procura de respostas, arriscando a vida de ambas.

Sigita é a mãe de Mikas, o menino da mala. Após acordar em um hospital e não se lembrar de absolutamente nada, o desespero de ter um filho desparecido invade cada poro de seu corpo. A partir daqui acompanharemos suas tentativas de juntar o quebra cabeças que envolve o sumiço do seu filho, a maior parte da investigação acontece com ela e os pontos vão sendo ligados aos poucos. Sem dúvidas os momentos que me vi mais envolvido com a estória foram esses. As atitudes que ela tomou no passado terão suas consequências agora. Além de acompanharmos Nina e Sigita, os mandantes do sequestro e os sequestradores ganham seus próprios capítulos e tudo se conecta como uma enorme teia. Admito que precisei recorrer as minhas anotações diversas vezes no decorrer da leitura, achei a divisão de passagens muito confusa, difícil lembrar de um personagem que aparece uma vez ou outra mas é importante no contexto, me perdi algumas vezes. O início pode parecer lento e enfadonho, e de fato é, mas o livro melhora consideravelmente  com o decorrer dos capítulos e o desfecho é muito satisfatório. Devorei as páginas, as autoras guardaram boa parte da emoção pra o final e deixam claro que Nina Borg tem muitos assuntos a resolver...

Estou acostumado com livros policiais mais elaborados, com reviravoltas e bases mais inteligentes por trás do enredo, O menino da mala é leve e com uma trama não muito incomum, vai te prender mas não vai te surpreender. Nada comparado a Harlan Coben, Gregg Hurwitz ou John Sandford, recomendo a leitura pra quem está iniciando com o gênero. 

6 comentários:

  1. Anônimo08:32

    Oi Felipe,me interessei por este livro desde o lançamento e estava ansiosa por sua resenha. Confesso que o tema é realmente bem diferente, mas curto bastante romance policial. E ele te deixa mega curiosa para saber como será que se desenvolve esta historia. Já entrou para minha lista de desejados!!

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  2. Já tinha ouvido falar do livro, mas depois que li a resenha confesso que me surpreendi. A história parece ser bem interessante, com aquele negócio de prender tua atenção até o final. Mas, sinceramente, confesso que por outro lado, é um pouco bizarra :/

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  3. Achei a história desse livro meio chocante, sabia? Pesada, mesmo. Ainda não to no clima pra esse tipo de livro, mas vou guardar a sua dica (e tentar não desistir com o começo enfadonho). :)

    Beijo!

    Raquel
    www.pipocamusical.com.br

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  4. Antes de ler a resenha achava, pela sinopse, que este livro seria muito perturbador, mas gostei de saber que é de certa forma leve. Não sei se gostarei, pois já tenho o hábito de ler livros policiais mais intensos, com tramas bem elaboradas. Mas quem sabe uma dia, né?

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  5. Eu já vi umas duas resenha sobre este livro e ainda continuo sem gostar dele. Eu detesto romance policial! Eu amo qualquer tipo de romance, sempre me envolvo muito com os livros, porém quando se diz respeito a romance policial eu não gosto, tanto que eu sou viciada na Nora Roberts, mas me recuso a ler qualquer romance policial que ela escreve. Talvez seja pelo fato de que em romance policial sempre tem mortes e eu não gosto de ler livros que tem muitas mortes. Enfim, mas sua resenha ficou muito boa.

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